Estava, esses dois últimos dias, conversando com uma pessoa pelo msn. Ela chegou até mim através deste blog, porque o pediatra do seu filho achava que ele poderia ter anemia falciforme. O exame se sangue do pequeno Pedro deu uma anemia, e o pediatra (muito sabiamente) pediu a mãe que procurasse um hematologista. Conversamos um pouco, perguntei sobre o exame do pezinho do Pedro e ela me disse que não havia dado nenhuma anormalidade no exame. Eu comentei com ela que era mais provável que eles tivessem o traço da talassemia (pela ascendência da família e pelo negativo do exame do pezinho).
O diagnóstico ainda será confirmado (o médico concordou com esta xereta que vos escreve) e ela também ira fazer o exame para ter certeza se tem o traço falciforme.
Conversando com ela, perguntei muitas vezes se o médico hematologista havia pedido o exame do marido (pai do Pedro), pois seria de suma importância eles saberem se ambos são portadores do traço talassemia para assim, de posse dessas informações, decidirem se teriam ou não mais filhos.
E aí, meus amigos, ela me fez a pergunta que gerou este post:
Você deixaria de ter filhos sabendo que existe uma possibilidade dele nascer com qualquer doença genética?
Então eu vou dar a minha opinião, que não é regra, nem lei, vamos deixar bem claro.
Eu engravidei por acidente, vamos dizer assim. Quando descobri que estava grávida, fiquei apavorada. O meu medo não era criar, ou o parto, ou qualquer outra coisa. O meu medo era que meu filho tivesse o mesmo problema de saúde que eu.
Só os portadores de alguma doença genética, seja ela qual for, sabem como são suas vidas. Tirando as restrições de comportamento, alimentação, enfim, qualquer restrição que seja necessário para se ter uma qualidade de vida melhor, sobra uma vida quase normal. Então se fossem só esses os problemas (as restrições) eu não seria contra ter um filho sabendo que existe a possibilidade dele nascer “doente”. No caso da doença falciforme, e da talassemia (que são as duas que eu mais conheço) não existem só as restrições. Nos falciformes, além das transfusões de sangue, do ácido fólico que tem que ser tomado por toda a vida, e outros eventuais medicamentos que o médico achar necessário, ainda podem existir as crises de dor, depressão, revolta, úlceras nas pernas, pés e mãos, problemas de visão, necrose óssea, infecções oportunistas (principalmente para quem não tem mais baço), AVC, STA, as freqüentes internações hospitalares, preconceito e outras intercorrências.
O diagnóstico ainda será confirmado (o médico concordou com esta xereta que vos escreve) e ela também ira fazer o exame para ter certeza se tem o traço falciforme.
Conversando com ela, perguntei muitas vezes se o médico hematologista havia pedido o exame do marido (pai do Pedro), pois seria de suma importância eles saberem se ambos são portadores do traço talassemia para assim, de posse dessas informações, decidirem se teriam ou não mais filhos.
E aí, meus amigos, ela me fez a pergunta que gerou este post:
Você deixaria de ter filhos sabendo que existe uma possibilidade dele nascer com qualquer doença genética?
Então eu vou dar a minha opinião, que não é regra, nem lei, vamos deixar bem claro.
Eu engravidei por acidente, vamos dizer assim. Quando descobri que estava grávida, fiquei apavorada. O meu medo não era criar, ou o parto, ou qualquer outra coisa. O meu medo era que meu filho tivesse o mesmo problema de saúde que eu.
Só os portadores de alguma doença genética, seja ela qual for, sabem como são suas vidas. Tirando as restrições de comportamento, alimentação, enfim, qualquer restrição que seja necessário para se ter uma qualidade de vida melhor, sobra uma vida quase normal. Então se fossem só esses os problemas (as restrições) eu não seria contra ter um filho sabendo que existe a possibilidade dele nascer “doente”. No caso da doença falciforme, e da talassemia (que são as duas que eu mais conheço) não existem só as restrições. Nos falciformes, além das transfusões de sangue, do ácido fólico que tem que ser tomado por toda a vida, e outros eventuais medicamentos que o médico achar necessário, ainda podem existir as crises de dor, depressão, revolta, úlceras nas pernas, pés e mãos, problemas de visão, necrose óssea, infecções oportunistas (principalmente para quem não tem mais baço), AVC, STA, as freqüentes internações hospitalares, preconceito e outras intercorrências.
Nos talassêmicos, as transfusões, o uso da bombinha de desferal por toda a vida...
Sinceramente, eu já passei por quase tudo isso. E não desejo nada do que passei nem para o meu pior inimigo, quanto mais para um filho meu.
Meu filho nasceu saudável, graças a Deus, e desde sempre soube que é portador do traço talassemia.
Quando eu e meu marido nos casamos, e começamos a pensar em ter um filho, a primeira coisa que falei para ele é que ele precisava fazer um exame de sangue. E que se esse exame desse positivo, tanto para talassemia quanto para anemia falciforme, nós desistiríamos de ter um filho da barriga e teríamos um filho do coração. Sim, sempre pensamos em adotar uma criança. E esse sonho está bem próximo de ser realizado. Não, o meu marido não tem traço, mas optamos por adotar.
Então, é essa a minha opinião. Eu acho que é sacrificante demais, para quem tem, para quem cuida, para quem ama. É triste demais ver quem você ama doente.
Eu não sou a favor do aborto. Estamos falando de uma opção antes de engravidar. De ter o conhecimento que existe um risco e assumi-lo.
Sinceramente, eu já passei por quase tudo isso. E não desejo nada do que passei nem para o meu pior inimigo, quanto mais para um filho meu.
Meu filho nasceu saudável, graças a Deus, e desde sempre soube que é portador do traço talassemia.
Quando eu e meu marido nos casamos, e começamos a pensar em ter um filho, a primeira coisa que falei para ele é que ele precisava fazer um exame de sangue. E que se esse exame desse positivo, tanto para talassemia quanto para anemia falciforme, nós desistiríamos de ter um filho da barriga e teríamos um filho do coração. Sim, sempre pensamos em adotar uma criança. E esse sonho está bem próximo de ser realizado. Não, o meu marido não tem traço, mas optamos por adotar.
Então, é essa a minha opinião. Eu acho que é sacrificante demais, para quem tem, para quem cuida, para quem ama. É triste demais ver quem você ama doente.
Eu não sou a favor do aborto. Estamos falando de uma opção antes de engravidar. De ter o conhecimento que existe um risco e assumi-lo.
Eu gostaria de conversar mais sobre esse assunto, saber a opinião de outras pessoas. Sintam-se a vontade na caixa de comentários.